A Crítica

LEMBRAR É RESISTIR”

ESPETÁCULO APRESENTADO NAS CELAS DO DOPS EM SÃO PAULO – ANO 1999

TEXTO DE ANALY ALVAREZ E ISAIAS ALMADA

DIREÇÃO DE SILNEI SIQUEIRA

R E V I S T A

Cultural

ANO I - Nº 7 – Novembro/99 - Publicação Mensal da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo

 

RESISTINDO

Crítica de Fausto Fuser

... “Quero chamar a atenção para as condições particularmente difíceis da iluminação de um espetáculo de teatro que transcorre em salas onde certamente houve interrogatórios

“sem testemunhas”, corredores e celas ainda hoje assustadores, de onde mal se adivinha, ao alto, uma possibilidade de sol. O iluminador é o veterano e justamente reconhecido Nezito Reis, um mestre que aqui reafirma sua condição de artista competente, criativo e partícipe da proposta artística e humana do espetáculo. ...”

 

FAUSTO FUSER

é professor de Crítica Teatral na Escola de Comunicações e Artes, USP

 


JORNAL DE SÁBADO

Barbacena (MG), sábado, 14 de março de 1998

 

Luz e sombra nas paisagens mineiras de Nezito Reis

Nascido em Cipotânea, fotógrafo é um dos mais renomados iluminadores do meio teatral de São Paulo

AGÊNCIA SÁBADO – Com a exposição fotográfica de Nezito Reis, que será inaugurada no dia 20 de março, seta-feira, o Centro Ferroviário de Cultura abre a temporada 98 de sua Galeria de Artes. Serão exibidos 30 trabalhos coloridos que revelam a sensibilidade do fotógrafo mineiro em registrar paisagens de urbanas e rurais de cidades como Barbacena,
Cipotânea, Carmópolis de Minas, Divinópolis, Carmo do Cajuru e outras cidades mineiras.

Nascido em Cipotânea, Nezito Reis, além de se dedicar à fotografia, trabalha como ator e iluminador. “Não sou um fotógrafo profissional, por isso meu trabalho não se prende a ousadias técnicas ou a padrões pré-estabelecidos”, diz ele. Radicado em São Paulo há 30 anos, Nezito Reis é reconhecido como um dos melhores técnicos e iluminadores no meio teatral paulista. Atualmente ele faz parte da equipe técnica do Centro Cultural São Paulo, espaço cultural mantido pela Prefeitura.

Sobre a exposição que realizará em Barbacena, Nezito Reis antecipa que mostrará fotos recentes e algumas feitas há mais de 20 anos, quando começou a “levar mais a sério a fotografia”. Segundo ele, os 30 trabalhos são paisagens rurais e cenas do cotidiano carregadas de simplicidade, seu alvo preferido quando direciona suas lentes. Ao analisar a
obra do fotógrafo, o crítico Sebastião Milaré destaca o mundo visto pela ótica do iluminador teatral Nezito Reis: “Ao fotografar volumes e superfícies estruturas arquitetônicas e paisagens, ele está se colocando numa relação direta não apenas com o objeto, mas sobretudo com a luz e a sombra que definem e lhe conferem identidade”.

A exposição fotográfica de Nezito Reis ficará em cartaz na Galeria de Arte do Cefec até o dia 10 de abril, inclusive aos sábados e domingos no período da tarde.

 


FOLHA DE SÃO PAULO – 13 de Setembro de 1999

ILUSTRADA

Lembrar é Resistir

...”causa horror físico ser conduzido pelo ator-algoz por corredores e celas lúgubres. As paredes bolorentas, a luz trêmula, os gritos de dor, não se sabe vindos de onde, ecoando sobre o teto aos pedaços, com goteiras (garoava na estréia) – tudo, enfim, é motivo de mal-estar, nojo e às vezes pânico...”

Da Reportagem Local

 


JORNAL DA TARDE 22/01/1992

Variedades

UMA ESCOLA DE LUZ PARA O TEATRO

Falta de técnicos leva Antunes Filho a criar um curso para Iluminadores

... “Claro que tem gente por aí que entende de eletricidade”, diz Antunes. “Mas isso significa que o cara é um eletricista, não um iluminador. Um iluminador de teatro não é só um especialista em fios e tomadas. Além de dominar a técnica, precisa conhecer estética, história da arte, história do teatro. Se não tiver essas informações, não vai ter noção de como deve ser o mapa de luz de um espetáculo.”

... Os selecionados terão aulas teóricas e práticas. A direção do curso foi entregue a Davi de Brito, premiado iluminador dos espetáculos do CPT (Centro de Pesquisa Teatral do Sesc- Vila Nova). O curso será dado aos sábados das 10h às 14h, de fevereiro a julho. Além de sessões práticas com Nezito Reis, que compreenderão de noções de eletricidade à manipulação de mesas de luz e montagem de mapas, haverá uma parte teórica. Magda Celli vai falar sobre a história da arte. E Hamilton Saraiva será o responsável por aulas de história, estética e arte da iluminação. Os alunos do curso terão ainda a possibilidade de ouvir convidados especiais como José Possi Neto e Gerald Thomas. “Estamos começando pela iluminação”, diz o encenador. “Mas a idéia é fazer cursos para cenotécnicos, diretores de cena.”

Alberto Guzik

 


Sampa News

Ano I - nº 9 Agosto de 1991

Diversampa - 12

Shakespeare na Barra Funda

No Centro Educacional Raul Tabajara

VII Cenas da Tragédia de Macbeth” - uma adaptação talvez, do mais complexo texto de William Shakespeare - encenada pelo “Teatro Experimental Fragmentos”, dirigido por Nezito Reis.

Fiquei muito satisfeito em presenciar com o público este espetáculo que há minutos atrás era colocado por Nezito como um mero ensaio geral. Ele está de parabéns e tem o meu total apoio”, finaliza Leon Morril Cohen.

 


Cidade de Barbacena

21 de Julho de 1990

Sociedade

Fiat Lux

ENCERRADA a temporada da peça “Noites Brancas” de Dostoiewski, em São Paulo. O iluminador barbacenense radicado em Sampa, NEZITO REIS curte alguns dias de descanso nas Gerais. Um dos mais requisitados iluminadores do teatro paulista, NEZITO promete voltar à cena em breve, talvez, com a remontagem do espetáculo “Zum ou Zois”.


JORNAL DA TARDE 08/09/1988

Divirta-se

TEATRO/CRÍTICA

Uma versão muito pessoal de Macbeth

“... A direção de Pablo Moreira criou ambientação interessante, sombria. Os figurinos lembram um pouco as atualizações que Brecht imprimiu a obras shakespearianas no Berliner Ensemble. A cenografia usa com habilidade um conjunto de escadas de metal.

A direção musical de Paulo Pascale Jr. e a trilha sonora de Eduardo Schiavone enriquecem os tons escuros do espetáculo. Da mesma forma, a iluminação mostra um trabalho sensível, desenhado com precisão por Nezito Reis e Plínio Chaves...”

Alberto Guzik

 


Cidade de Barbacena

1º de Novembro de 1986

Trincheira Cultural

HORÁCIOS E CURIÁCIOS

O barbacenense Nezito Reis é o responsável pela criação da iluminação do espetáculo “Horácios e Curiácios”, de Bertolt Brecht, produzido pela Cooperativa Paulista de Teatro. Nezito tem se destacado no meio teatral e já recebeu vários prêmios da crítica paulista.

Ivaneé Bertola

Sérgio Luiz Ayres



Uma peça para agradar adultos e crianças: uma idéia ousada, e acaba funcionando bem.

Carlos Meceni e José Mauro Padovani são os responsáveis por esse sucesso, com a peça “Zum ou Zois”, no Bixiga.
“...sem dúvida “Zum ou Zois” que sofreu modificações nestes quase três anos (estreou em 1979), em que não deixou de ser apresentada, na Capital, no interior em outros Estados, e uma encenação que contém elementos que podem ser apreciados pelos mais diversos públicos. Se o fato de se dirigir a um público específico, com uma linguagem própria, caracteriza o teatro infantil, alguns espetáculos conseguem a polivalência para contentar a todos. Sendo muito difícil obter essa pluralidade, raros são os espetáculos que realizam essa proposta. Zum ou Zois se inclui entre as exceções...”
“...Carlos Meceni e José Mauro Padovani, autores e atores, mantêm um constante e sucessivo clima cômico, lembrando alguns atores do cinema mudo, como Buster Keaton, por exemplo, lidando com o absurdo como se fosse natural, o que resulta numa comicidade maior. O uso da metalinguagem, desde o prólogo, é mais acessível aos adultos, bem como muitas das intenções satíricas, mas o público infantil se prende no jogo cênico. Um espetáculo de qualidade, reforçado pelos figurinos numerosos às vezes para uma simples aparição e pela iluminação e sonoplastia de Nezito Reis, de grande importância para o resultado.

CLÓVIS GARCIA


O ESTADO DE SÃO PAULO - 7 DE AGOSTO DE 1982

´Zum ou Zois`, Ótima Peça

“... O que é “Zum ou Zois” Na palavra de seus autores-atores, “Zum ou Zois” é um desenho vivo, uma espécie de “Cartum” onde o traço são os atores e o cenário é o mundo. A peça é um suceder de quadros e estórias que reconstroem, teatralmente, situações e vivencias da vida cotidiana: a instalação de um telefone meio maluco, uma hilariante refeição matinal, a amizade entre dois bêbados, o mundo estranho e misterioso do teatro do circo, a magia do teatro de bonecos. De cada uma dessas circunstancias Meceni e Padovani extraem e descobrem potencialidades dramáticas escondidas...”
“... a eficácia teatral de um espetáculo de proposta tão ambiciosa e inteligente repousa basicamente, no talento dos atores. O elenco precisa dar vida, credibilidade e graça um texto que é mais do que tudo um roteiro para criação. Apontados em belos efeitos de luz, e numa solução visual simples mas significativa e contundente, Meceni e Padovani fazem de “Zum ou Zois” um espetáculo admirável...”

RUI FONTANA LOPEZ



Carlos Meceni escreveu: O Nezito Reis, nasceu em Minas. Ao contrário dos outros, fala muito enquanto trabalha. Ama grandes óculos escuros, e é a grande luz deste espetáculo. Ele sempre cria uma luz nova, que apaga sempre na hora certa.



Desde 1979, ano de estréia de “Zum ou Zois”, Carlos Meceni e José Mauro Padovani estão em evidencia com essa peça que reúne dança, mascara, boneco, mímica e cenas mudas de palhaço. Ganharam cinco prêmios de melhor ator, dois de melhor espetáculo do ano e convites para exibições pelo país e em Festivais de Teatro da Europa e Estados Unidos. Além das temporadas em teatros de São Paulo e de mais oito Estados, encenaram “Zum ou Zois” no Instituto Tecnológico de Aeronáutica, de São José dos Campos, S.P., em presídios e manicômios paulistas e em unidades da FEBEM. De volta ao cartaz no Centro Cultural São Paulo, Meceni e Padovani preparam-se para um giro de apresentações na França que começa por Paris.” O segredo desse sucesso é que satirizamos a vida com recursos de linguagem que encantam qualquer espectador”.

VISÃO, 22 de agosto de 1983


SÃO PAULO 22 a 28 DE MAIO DE 1982

“... Zum ou Zois”, foi o primeiro acontecimento cultural dentro do Manicômio Judicial do Juqueri em Franco da Rocha – SP, iniciativa tomada pelo próprio elenco, gratuitamente, o que veio possibilitar posteriormente o desenvolvimento de todo um trabalho junto aquela cada de detenção...”

GAZETA PENHENSE



No período de 79 a 82 o texto, “Zum ou Zois” estava sendo montado simultaneamente em: Porto Alegre - R.S., em Salvador - BA, Buenos Aires - Argentina e na Cidade de Bordeaux, na França.

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